Servindo-me das palavras de Manuel António Pina (personalidade que admiro bastante), espelho aqui o meu receio pelo futuro, pelo futuro de todos nós, porque, cada vez mais, já nada do que conquistamos nos pertence, tudo nos é tirado, tudo é roubado. Se um dia nos ensinaram de que devemos seguir os nossos sonhos, fazendo uso da célebre frase "o sonho comanda a vida", agora roubam-nos com a mesma efemeridade com que foram arquitetados e só temos de agradecer por ainda nos dar-mos ao luxo de podermos viver, literalmente.
Aos Filhos
Já nada nos pertence,
nem a nossa miséria.
O que vos deixaremos
a vós o roubaremos.
Toda a vida estivemos
sentados sobre a morte,
sobre a nossa própria morte!
Agora como morreremos?
Estes são tempos de
que não ficará memória,
alguma glória teríamos
fôssemos ao menos infames.
Comprámos e não pagámos,
faltámos a encontros:
nem sequer quando errámos
fizemos grande coisa!
Manuel António Pina, in "Um Sítio onde Pousar a Cabeça"
Aos Filhos
Já nada nos pertence,
nem a nossa miséria.
O que vos deixaremos
a vós o roubaremos.
Toda a vida estivemos
sentados sobre a morte,
sobre a nossa própria morte!
Agora como morreremos?
Estes são tempos de
que não ficará memória,
alguma glória teríamos
fôssemos ao menos infames.
Comprámos e não pagámos,
faltámos a encontros:
nem sequer quando errámos
fizemos grande coisa!
Manuel António Pina, in "Um Sítio onde Pousar a Cabeça"
4 comentários:
Sara minha querida ...Fortes verdades ...num texto tocante ...muito tocante ...Parabéns Pedro Pugliese
gostei e tornei-me seguidora do teu blog (:
obrigada, obrigada pelas tuas palavras e pela tua compreensão .
espero que voltes a escrever brevemente, vou andar de olho (:
beijinhos,
Rosie ♥
Sara querida passa lá no blogger mais tarde tem um presentinho pra você beijo Pedro Pugliese
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