Olho à minha volta e não vejo nada.
Olho para as pessoas e não as conheço.
Acho que estou avariada.
As faces parecem-me gastas, os sorrisos fingidos, as palavras trocadas.
Já nem a chuva tem a mesma beleza.
A chuva escorre no vidro e causa-me agonia.
Às vezes dou por mim a imaginar ser outra pessoa, uma pessoa completamente diferente. Mas não são as ilusões que me preocupam. Preocupa-me o facto de eu, realmente, querer ser essa outra pessoa e, essa outra pessoa nem é melhor ou pior do que eu. Essa outra pessoa é apenas outra que não eu.
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