domingo, setembro 11

unknown

Posso ouço os seus gritos... Estes gritos irrompem na minha cabeça e gelam os meus sentidos - é angustiante ver esta decadência diante dos meus olhos, arde o amargo sabor de impotência na garganta, molesta-me os odores artificiais espalhados  que abafam a tentativa forçada de respirar, doí cada movimento precipitado e irracional que desencadeia e inflama as chamas que afloram nestes berros de desespero e fraqueza despertando o desejo pelo derradeiro "basta!" que me sussurra a pouca sanidade e me orienta inutilmente numa limitante dimensão sem nome ou sentido. Arde o anseio por um silêncio imaculado dentro de um corpo deixado à deriva num horizonte onde não há nem campo verde, nem céu azul. Sem direcções, há apenas apenas água, culposas e pesadas lágrimas que descem lentamente as curvas do meu rosto.
Não há luz, não há fogo ou dor que brilhe, arda, destrua. 
Disseste-me, uma vez, que se um dia isto me acontecesse que eu poderia chamar a isto de fim, mas eu não o consigo ver, eu não o consigo sentir. 
Tu prometes-te que eu o reconheceria, mas eu não consegui, não consigo! Há apenas este impasse de fluí dentro de mim, eu consigo ouvi-los gritarem, gritam por mim; eles puxam-me para eles e é como ser puxada contra uma parede, doí tanto, mas eu não os consigo ver, eles estão na minha cabeça, mas eu não sei quem eles são ou o que são. 
O que sinto não é medo, eu reconheceria o medo como das outras vezes. Sinto... eu não sei o que sinto, não sei o que lhe chamar, mas este sentimento está a mergulhar-me nos seus mais profundos e desconhecidos recantos que eu não sei de cor são, o que são e de quem são.

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