terça-feira, agosto 31

Love of my life



Aqui, sentada vejo que era tudo uma ilusão. Verdadeiramente uma ilusão.
Foi bom sentir como me senti, viver com um sorriso nos lábios a cada segundo, sentir energia para fazer tudo, enfrentar tudo e todos, era uma ilusão.
Eras como que as mais doces palavras que gostava de ouvir sussurradas ao meu ouvido. Possuías o poder de me encantar. Derreti-a só de olhar para ti ou, simplesmente, de pensar em ti.
Ocupas-te todos os meus pensamentos, como que um intruso que entra pela porta, sem antes bater.
Desejei tanto. Criei momentos, no meu eterno mundo lunático. Vivi esses momentos como se fossem reais.
Nunca deixei que à minha frente dissessem uma única palavra que pudesse referir os teus defeitos, embora eu soubesse deles, eles pertenciam-me, tal como as palavras que os descrevessem.
Confesso que, por vezes, tive vontade de mostrar aos outros que não gostava de ti, que era tudo mentira. Gostava de ter podido entrar naquele jogo disputado por tantos, em sinal que era capaz de te tirar da minha cabeça. Mas, era em vão. Não te contentas-te só em estar nos meus pensamentos. Foste mais longe, mais profundo. Alastraste-te até todos os recantos do meu corpo, em cada fluído e célula, como se te tratasses de uma patologia crónica. Conseguis-te, banalmente, apoderar-te do meu coração.
Conseguis-te tanto de mim, que penso que foi sem quereres. Foi um acaso, uma coincidência. Resultou, apenas, da minha ilusão.

Aqui, sentada, sei que muitos são levados em vícios que lhes permitem viver em ilusão, mas eu não. As minhas ilusões é que me viciam. Embora, possa exercer algum poder sobre elas, não vivo sem elas. Nunca poderia viver sem elas. Nas minhas dimensões de ilusões, resides tu e todos os meus sonhos. Como poderia viver sem os meus sonhos?

Sem comentários: