terça-feira, abril 12

Out loud!

Quero gritar bem alto! Quero que me ouças! Gostava que ouvisses tudo o que está preso na minha garganta...à tanto tempo. Queria que ouvisses com atenção, sem me interromperes, sem fazeres um único som.
Gostava de poder falar contigo telepaticamente. É angustiante não saber o que pensas, não saber o que sentes, não saber se alguma vez te apercebeste de mim.
Penso em ti quando vou dormir. Adormeço na esperança de vir a sonhar contigo. É tão bom sonhar contigo.
Passa o tempo e o som é o mesmo... Não ouço nada!
Sempre que escrevo a essência das palavras vem de ti.
Caí num círculo vicioso, o qual comandas à distância. Olhas, de vez em quando, para ter a certeza que ainda estou lá, mas cabe-me a mim ou encarrego-me eu de verificar, enquanto estou e pleno redopiar, se ainda estás inteiro, se te magoaste, se continuas a respirar, se os teus músculos funcionam, se o teu sangue flui nas tuas veias, se o teu cérebro está activo, se o teu coração bate e comanda todos os pedaços de ti.
Eu poderia ver-te só numa valeta, a caminhar só numa rua deserta, encolhido num banco de jardim, a olhar para a lua, sentado numa duna a ver o pôr-do-sol... e iria sempre correr em direcção a ti, para ti. Iria ficar à tua beira na valeta e a olhar para a lua. Caminharia contigo na rua deserta e abraçar-te-ia enquanto estivesses encolhido naquele banco de jardim. Ficaria sentada contigo até o sol se pôr.

Deverias ser tu a me prometer o céu e todas as estrelas. Eu não deveria ter de pensar em ti todos os dias, nem ter de sentir o meu coração a bater freneticamente como se fosse sair do meu peito, sempre que te vejo, mesmo com toda a distância entre nós.

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