Na maioria, palavras que percorrem, penosamente, comigo os meus dias. Não que sejam dias que não me agradem, mas penso que as palavras não deveriam ter de acompanhar alguém. Podem gastar-se em vão nos caminhos pisados pelos nossos pés. Talvez se fizessem parte, já fosse mais considerável. Bom, mas há outras de quem inteligentemente pensava no que estava a falar. Se verdade ou não, identificando-se ou não, são as minhas palavras. Se são ilusões, culpem-me a mim. Podem-me culpar com toda a vontade. Mas, culpem, também, as mãos e todos os outros órgãos, sistemas nervosos e músculos que fizeram com que estas estúpidas palavras foram escritas.
Tudo isto, é uma continuação de mim, mas em palavras.
Não é objectivo que muitos as leiam e as gastem.
É com se eu fosse as palavras escritas num papel. Papel esse que é lido e relido, gasto, sujo e envelhecido pelas mãos de quem o lê, mas sobretudo as palavras que dele são citadas e alteradas, como que se as fossem separando e afastando umas das outras, destruindo o que significavam em conjunto e apagando aquilo que nelas continuava de mim.
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